SAÚDE |
Julho amarelo: hepatites virais preocupam região Sul |
Hepatologista da Hapvida aponta cuidados preventivos e reforça importância do diagnóstico precoce |
Com a chegada do Julho Amarelo, mês dedicado à conscientização sobre hepatites virais, é essencial destacar a importância da prevenção, da testagem, da vacinação e do tratamento adequado. Silenciosas e, algumas vezes, assintomáticas, as hepatites atingem milhares de pessoas todos os anos, muitas sem saber que estão contaminadas. Por isso, manter-se atento e informado é imprescindível.
Segundo o hepatologista da Hapvida, Allan Rêgo, os sintomas iniciais podem ser confundidos com viroses comuns. “Muitos casos apresentam sinais inespecíficos, como febre, dores no corpo e mal-estar. Mas icterícia (olho amarelo), colúria (urina escura), hipocolia fecal (fezes claras), além de dor abdominal, principalmente no lado direito do abdômen, que corresponde à região do fígado, são típicas das hepatites e devem ser levadas a sério”, alerta.
Entre os tipos de hepatite, a C é a mais prevalente na região Sul, de acordo com boletins de notificação do Ministério da Saúde. Sua principal forma de transmissão ocorre pelo contato com sangue contaminado, especialmente por meio do compartilhamento de instrumentos contratantes e perfurantes, como agulhas, seringas, alicates de unha e materiais para tatuagem.
Além disso, o clima frio, típico do inverno sulista, favorece a aglomeração em ambientes fechados, aumentando o risco da hepatite A, associada à transmissão fecal-oral, que afeta principalmente populações com acesso precário a saneamento básico e higiene. “É essencial manter os cuidados com a higiene das mãos e dos alimentos, especialmente em locais compartilhados”, orienta o hepatologista. Já a hepatite B é sexualmente transmitida ou, também, passada de mãe para filho durante o parto, pelo contato com sangue infectado.
Ainda que alguns costumes regionais levantem dúvidas, como o compartilhamento da bomba do chimarrão, o hepatologista da Hapvida explica que não há evidências conclusivas sobre esse tipo de prática aumentar o risco de infecção. “A hepatite A é transmitida principalmente pelas fezes, e a transmissão pela saliva é pouco documentada. Já as hepatites B e C têm vias de contágio mais bem definidas, como a sexual e a sanguínea”, explica.
A vacinação também é ponto de atenção. Embora as vacinas contra a hepatite B estejam disponíveis gratuitamente pelo SUS, a cobertura ainda é considerada baixa entre os adultos, segundo o Ministério da Saúde. “Muitos não foram vacinados na infância, pois a inclusão no calendário nacional é relativamente recente. Além disso, é necessário completar as três doses para garantir a imunidade adequada”, destaca.
Para pessoas que já tiveram contato com água potencialmente contaminada, especialmente em situações de enchentes ou alagamentos, é essencial verificar a imunidade contra a hepatite A. Segundo Allan Rêgo, hepatologista da Hapvida, em muitos casos, a infecção pode ocorrer de forma assintomática, deixando o organismo naturalmente imune. No entanto, quem não possui essa proteção deve procurar a vacinação o quanto antes. “Outros eventos climáticos extremos podem ocorrer, aumentando o risco de exposição. A imunização é uma medida eficaz e preventiva que protege contra futuras contaminações”, reforça o especialista.
Assim, ampliar o acesso à informação, incentivar a testagem e reforçar a importância da vacinação são passos essenciais no enfrentamento das hepatites virais. “Essas infecções seguem como um desafio de saúde pública no Brasil. No Sul, o Julho Amarelo precisa ir além da simbologia: deve ser um ponto de virada na conscientização e no cuidado com a saúde da população”, conclui.
Sobre a Hapvida
Com cerca de 80 anos de experiência, a Hapvida é hoje a maior empresa de saúde integrada da América Latina. A companhia, que possui mais de 71 mil colaboradores, atende quase 16 milhões de beneficiários de saúde e odontologia espalhados pelas cinco regiões do Brasil.
Todo o aparato foi construído a partir de uma visão voltada ao cuidado de ponta a ponta, a partir de 87 hospitais, 78 prontos atendimentos, 351 clínicas médicas e 299 centros de diagnóstico por imagem e coleta laboratorial, além de unidades especificamente voltadas ao cuidado preventivo e crônico. Dessa combinação de negócios, apoiada em qualidade médica e inovação, resulta uma empresa com os melhores recursos humanos e tecnológicos para os seus clientes.
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